terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cientistas fazem cabras transgênicas contra diarreia infantil

A relação de sobrevivência entre seres humanos e caprinos no semiárido nordestino está a caminho de se tornar ainda mais íntima, do ponto de vista genético. Pesquisadores brasileiros no Ceará, em parceria com cientistas da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo cabras geneticamente modificadas com genes humanos, capazes de produzir um leite mais rico em proteínas que combatem a diarreia infantil - um grave problema de saúde pública na região.

Os dois primeiros animais transgênicos - um macho e uma fêmea - nasceram em julho do ano passado, modificados com o gene da lisozima, uma proteína com propriedades antibióticas que é abundante no leite humano, porém escassa no leite caprino. A fêmea, chamada Lisa, começou a produzir leite há cerca de dois meses, com uma concentração de 300 microgramas de lisozima por mililitro: mais da metade da concentração média do leite humano e cerca de 1 mil vezes maior do que a do caprino.

"Estamos iniciando os testes farmacológicos, para determinar a eficiência do leite em quadros de diarreia em ratos", diz a bióloga molecular Luciana Bertolini, da Universidade de Fortaleza (Unifor), que toca o projeto no Brasil em parceria com o marido, Marcelo, que é veterinário. O objetivo é saber se o leite enriquecido com lisozima é capaz de aliviar os sintomas da diarreia em crianças, ou até impedir o desenvolvimento da doença. A proteína funciona como um antibiótico natural no intestino, combatendo infecções bacterianas que causam a diarreia. Se a estratégia funcionar em ratos, o plano é testar o leite em porcos - que têm um sistema digestivo mais parecido com o do homem - para, depois, iniciar testes clínicos com seres 
Testes realizados com porcos na Califórnia já demonstraram um efeito terapêutico do leite. Animais doentes que foram alimentados com o leite de cabras transgênicas recuperaram-se da diarreia mais rápido do que os alimentados com leite convencional. Os resultados foram publicados em março na revista científica PLoS One. "Todas as nossas previsões têm se confirmado nos modelos animais", diz o pesquisador James Murray, da UC Davis, que desenvolveu a tecnologia e coordena as pesquisas nos EUA.
"Sabemos o que estamos fazendo; é uma tecnologia muito bem controlada", assegura Luciana, que fez doutorado com o marido no laboratório de Murray. "Não estamos introduzindo nada de 'novo' no leite; é uma proteína que já faz parte do leite e que consumimos regularmente", diz o pesquisador Luiz Antonio Barreto de Castro, criador da Rede de Biotecnologia do Nordeste (Renorbio), que financia o projeto com R$ 6,5 milhões.

As duas primeiras cabras transgênicas foram produzidas pela técnica de microinjeção, em que cópias do gene são injetadas em embriões in vitro, que depois são transferidos para cabras reprodutoras selecionadas. Nesse caso, não há garantia de que os filhotes nascerão transgênicos, pois o transgene nem sempre se incorpora ao genoma do animal. De mais de 30 cabras nascidas de embriões microinjetados na Unifor, por exemplo, só essas duas são transgênicas.

O desafio agora é produzir novas cabras transgênicas pela técnica de clonagem; e não apenas com o gene da lisozima, mas também o da lactoferrina, outra proteína com propriedades antibióticas do leite humano. É uma técnica mais complexa, porém mais precisa. "O animal que nascer você sabe que é transgênico", explica Luciana. Várias tentativas de clonagem foram feitas nos últimos dois anos, mas sem sucesso. Uma nova leva de embriões clonados foram transferidos para cabras receptoras no início deste mês.

Uma vez que os pesquisadores tenham animais com cada proteína, o plano é cruzar as linhagens para gerar um animal que produza lisozima e lactoferrina no leite simultaneamente. Segundo Luciana, vários laboratórios no mundo estão tentando desenvolver essa tecnologia, em caprinos e bovinos, com diferentes proteínas, mas nenhum até agora obteve quantidades significativas de produção no leite.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sistema Agroecológico 









                                                                                                  
Essa imagem representa uma propriedade Agroecológica, onde a entrada de matéria teria que se conciliar com a mesma quantidade de matéria que sairá da propriedade, isso usando a linha imaginária delimitando a propriedade, sendo esta, influenciada por outros sistemas ao redor da mesma.
A fazenda, para que seja uma propriedade de Sistema Agroecológico correto, devera ter um manejo eficiente aproveitando os recursos naturais. Nessa fazenda a entrada de matéria seria a área delimitada por uma plantação ao redor  do rio, a mesma servira para a preservação do rio não deixando o mesmo sofrer assoreamento. A água do rio será bombeada através de um tanque e servira para regar o milharal e a horta. No caso da plantação de milho, a "espiga" será comercializada é o resto da planta deve ser utilizada como compostagem de origem vegetal.
Na fazenda esta sendo utilizada a criação de caprinos, onde os mesmos durante o dia, serão alimentados por estilozantes e capim, em pastejo rotacionado através de um consorcio. Durante a noite os animais permanecerão no CAPRIL, local onde ficarão ruminando e os dejetos serão recolhidos, onde os mesmos serviram como compostagem que será utilizada para a horta e o milharal.
 Sendo desse modo, tendo maior aproveitamento dos recursos naturais que a propriedade oferece, com o objetivo de manter o equilíbrio da entrada e a saída do fluxo de energia da fazenda, tornando assim um sistema agroecológico altamente sustentável.


O mundo segundo Monsanto












Cerca de 90% dos transgênicos plantados em todo mundo é de produção Monsanto.
 O documentário ‘‘O mundo segundo Monsanto’’ apresenta uma visão polêmica em relação à indústria de alimentos Monsanto, onde  apresenta – se como uma empresa voltada a praticidade na produção agrícola , tendo em vista a preservação ambiental e a saúde humana.
 No documentário relata a produção de alimentos  manipulados por corporações visando o lucro ao invés da saúde da que os consomem , pode-se citar como exemplos frangos os quais são modificados geneticamente com intuito de ter precocidade no seu ganho de peso, os gados com intuito de maior produção leiteira carne e precocidade com uso de hormônio bovino.
 Não só na produção de alimentos de origem animal como também vegetal, onde ocorre a produção sementes transgênicas , sendo esta resistente a apenas aos pesticidas fabricados por ela , de forma em que pode-se citar a soja transgênica resistente ao ROUNDUP “herbicida carro forte da empresa “ combatendo ervas daninhas.
 Os transgênicos não reduzem o uso de agrotóxicos. Pelo contrário, eles geram ervas daninhas cada vez mais resistentes aos agrotóxicos. Os transgênicos são apenas uma forma da Monsanto controlar a produção de alimentos no mundo.


 










Dados de 2007 relatam que Monsanto cobre  100 milhões de hectares , sendo estes pateteados. Segundo dados de 2010, o Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo sendo os Estados Unidos os primeiros, por sua vez a multinacional está patenteando suas sementes transgênicas não só nesses países como também em outros .
Segundo o documento, a Monsanto prometeria aos agricultores na Índia colheitas altas, no entanto não conseguiram manter essa promessa as sementes geneticamente modificadas não aumentaram as colheitas, cerca de “95% das sementes de algodão são controladas pela empresa, que possui contratos de licenciamento com 60 empresas de sementes indianas”.
Como a semente da Monsanto é patenteada, os agricultores só podem utilizá-la para um plantio. Eles não podem reivindicar o direito de guardar uma parte da colheita como semente para o próximo ano, como se faz na agricultura tradicional.
 Por terem de comprar sementes caras todos os anos, muito agricultores indianos estão altamente endividados.  O pólen destas plantas “contaminam” espécies nativas , passando a produzir sementes com características as da Monsanto , deste modo a empresa vem cobrando aos produtores rurais por sementes não patentes as da empresa , relata-se também que moradores em imediações a plantações sofrem problemas de saúde , devido as sementes transgênicas plantadas.














Leva-se a concluir que a Monsanto está tornando-se a proprietária das maiorias das variedades de semente plantadas em todo mundo.

Documentário: http://www.youtube.com/watch?v=gE_yIfkR88M
Compostagem na Caprinocultura:

A compostagem para pequenos ruminantes  é adotada o processo, que possibilita a decomposição de carcaças de animais mortos, evitando riscos de contaminação ao solo e de disseminação de doenças, é a saída mais eficaz para o tratamento a resíduos de animais mortos. 
A compostagem é um processo controlado e biológico de decomposição de material orgânico, que aplicado a animais permite que carcaças e restos de parição - como placentas, por exemplo - sejam eliminados sem prejuízos ao meio ambiente ou riscos de contaminação. Apresenta ganhos em relação aos métodos tradicionais, como o enterro de carcaças (que pode contaminar o lençol freático), a incineração (que pode emitir gases nocivos) ou o abandono dos animais mortos, que gera mau cheiro e atração de moscas.
A compostagem consiste em processo controlado e biológico de decomposição de animais, com a mistura de carcaças e de material de poda de árvores e esterco. Essa mistura é realizada em estruturas de madeira ou alvenaria, as composteiras. As vantagens são a possibilidade do material resultante da decomposição ser usado como adubo - havendo retorno para a propriedade - e até mesmo a redução do mau cheiro de carcaças.


A compostagem permite, ainda, a formação de um composto orgânico que pode ser usado como adubo na propriedade rural.
Há plena possibilidade de pequenos produtores rurais utilizarem a compostagem. "Uma estrutura de madeira e telhado rústicos, com um espaço de dois metros por quatro para composteira, pode ser adaptada. É prático e de fácil construção, o método é recomendado para o tratamento de resíduos de animais abatidos por mortalidade natural.

Fonte:

terça-feira, 18 de junho de 2013

Leite caprino: Um novo enfoque de pesquisa

Em atenção à importância do produto leite de cabra para a diversificação das atividades rurais, a pesquisa agropecuária, através da Embrapa Caprinos criou um Núcleo de Pesquisa que tem como tema central o agronegócio sustentável do leite caprino com qualidade, dando ênfase à produção, ao processamento e ao mercado, como objetivo geral contribuir para promover o desenvolvimento da cadeia produtiva da caprinocultura leiteira.
O Núcleo Temático de Pesquisa com leite de cabra já está em funcionamento e de inicio estão sendo desenvolvidas, a partir de demandas solicitadas pelos próprios produtores, três propostas de Pesquisa relacionadas com Biotecnias de Reprodução em Pequenos Ruminantes Domésticos com Inseminação Artificial e Transferência de Embriões, Sistemas de Alimentação para Cabras Leiteiras e Avaliação da Resistência a Verminose Gastrointestinal em Caprinos Leiteiros.
Apesar de ser recomendado por médicos e nutricionistas como uma opção de alimento que deve ser consumido por crianças alérgicas ao leite de vaca e por idosos o leite de cabra deve ter seu uso orientado como um fator de elevado potencial nutritivo capaz de proporcionar a população em geral uma alimentação completa.
Espera-se, com mais essa ação, um aumento no consumo e um crescimento da produção de leite de cabra em nossa região, estimulando o setor de laticínios, aumentando o emprego e a renda, melhorando as condições de vida do homem do campo e reduzindo o êxodo rural.










quarta-feira, 22 de maio de 2013


CAPRINOCULTURA SUSTENTÁVEL

A criação de caprinos e ovinos tem sido uma alternativa de alimentação para boa parte dos brasileiros, principalmente para os nordestinos. Além da carne e do leite, o couro ou a lã têm permitido também a obtenção de uma renda extra para os pequenos criadores.
O Brasil tem um grande potencial de crescimento em relação à criação de caprinos e ovinos. Não se trata apenas de aumentar os rebanhos e sim, de melhorar a qualidade genética de cabras e ovelhas, cuidar da saúde
dos animais e zelar pela higiene dos produtos.
Selecionar a forrageira mais adequada:
Existem várias forrageiras recomendadas para a formação de pastagens na região Semi-Árida. Escolher uma boa área para plantio (se possível, providenciar análise do solo).
Limpar a área com o mínimo de remoção do solo.
Fazer a adubação de acordo com as recomendações da análise do
solo.Plantar com o espaçamento recomendado
e na época correta. Aplicar os tratos culturais necessários(limpas, adubações de manutenção,controle de pragas).

Os restos culturais representam outra importante alternativa como alimentos volumosos, para os caprinos e ovinos. Os mais importantes são:
• Palhadas e cascas de feijão.
• Palhadas e sabugos de milho.
• Palhadas e panículas de sorgo.
• Folhagem e manivas de mandioca.
• Resíduos do desfibramento do sisal.
• Subprodutos da agroindústria (fruteiras
em geral e outros resíduos).

Os restos podem ser usados na forma de pastejo direto no campo, pelos animais, logo após a colheita ou cortados e armazenados para uso no período seco.
Os resíduos devem ser triturados antes de serem dados aos animais.
A qualidade desses materiais pode serbastante melhorada se forem tratados com uma solução de uréia (1 quilo diluído em 5 ou 6 litros de água), em um processo chamado de amonização.
Procure orientação de um técnico local sobre esse processo.

Tanto para caprinos como para ovinos, a questão da reprodução é de grande importância. A reprodução dos animais implica em melhoria do rebanho, maior produtividade e menor ocorrência de problemas de saúde e planejamento da produção.
Para ter um rebanho produtivo e com os resultados esperados é preciso seguir
algumas recomendações técnicas, que envolvem desde a compra do reprodutor e da matriz, continuando com o adequado manejo das crias durante o crescimento até a maturidade sexual. Essas técnicas vão permitir
o manejo correto dos animais, de acordo com a exploração desejada.
Nenhum criador que pretenda oferecer produtos de qualidade e ganhar dinheiro com sua atividade, poderá ter animais doentes em seu rebanho. Muitas vezes, a manutenção da saúde dos animais depende apenas da adoção de técnicas simples, fazendo o que é necessário, no momento certo. A seguir, encontra-se as principais recomendações para que os caprinos ou os ovinos.
É importante que o produtor esteja familiarizado com o comportamento de caprinos e ovinos, para que possa reconhecer, imediatamente, qualquer alteração de saúde nos animais.
Caprino e ovino saudáveis apresentam:
• Vivacidade e altivez.
• Apetite normal (come com prazer alimentos de boa qualidade).
• Pêlos lisos e brilhantes.
• Temperatura corporal que varia entre
38,5 °C e 40,5 °C.
• Fezes em forma de bolotas e urina de
coloração amarelada, com odor forte.
• Ruminação presente.
• Desenvolvimento do corpo conforme
a idade e a raça.
O manejo sanitário é realizado para manter a saúde dos animais, controlando e
prevenindo as doenças, tornando os rebanhos mais sadios e mais produtivos.
Siga as recomendações a seguir:
• Limpe os chiqueiros e apriscos pormeio de varredura.
•Lave os bebedouros diariamente.
• Limpe os comedouros diariamente,
não deixando alimentos velhos e
estragados.
• Desinfete, mensalmente, as instalações
com creolina ou vassoura-de fogo


O esterco caprino é um fertilizante valioso, que pode ser usado na
adubação de capineiras, pastagens, bancos de proteína, na agricultura e na
recuperação de áreas degradadas.
Os dejetos produzidos por caprinos podem conter
até 3,0 e 2,0% de N e P, respectivamente, o que representa excelente fonte de
nutrientes em substrato para a digestão anaeróbia ou a compostagem e 41
vermicompostagem, pois além das concentrações de nutrientes otimizarem a
atividade dos microrganismos, podem retornar ao solo de maneira não
prejudicial e mais assimilável pelas plantas.
O vermicomposto é um insumo largamente utilizado na agricultura,
principalmente orgânica. É um composto de baixo custo de produção, de fácil
implantação e com possibilidade de inclusão social.
A implantação da produção de vermicomposto também pode gerar
benefícios para a saúde pública ao evitar doenças resultantes da deposição
inadequada de resíduos sólidos.
Húmus é um produto orgânico, inodoro, leve, solto, macio, finamente
granulado, asséptico, rico em sais minerais assimiláveis pelas plantas, estável,
com pH 7 (neutro), podendo ser utilizado diretamente sobre as raízes.
Propriedades gerais do húmus:
• Produto natural; não agride o meio ambiente e mantém a biologia do
solo.
• Melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, auxiliando
na recuperação de áreas degradadas.
• Impede a compactação de solos argilosos e promove a agregação de
solos arenosos.
• Fonte de nutrientes para as plantas, como nitrogênio, fósforo, potássio,
cálcio e magnésio.
• Aumenta a capacidade de retenção de nutrientes dos solos.
• Reduz a lixiviação de nutrientes do solo.
• Quando utilizado juntamente com adubos químicos, potencializa a ação
dos mesmos.
• Reduz a toxicidez de agrotóxicos.
A vermicompostagem é a transformação biológica de resíduos orgânicos,
utilizando minhocas para acelerar o processo de decomposição, resultando no
húmus.
A compostagem é um processo de decomposição aeróbica, havendo
desprendimento de gás carbônico, água e energia pela ação de microrganismos.
Em consequência, a pilha atinge temperatura elevada, resfria e atinge a
maturação .
As minhocas sobrevivem e se reproduzem nos substratos e o esterco é o
que possibilita a maior taxa de multiplicação, sendo que a integração de
processos de compostagem e vermicompostagem, com e sem esterco, produz
adubos com características químicas similares .


                Criação de caprinos e ovinos / Embrapa Informação Tecnológica; Embrapa Caprinos. – Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2007. 89 p. : il. – (ABC da Agricultura Familiar, 19).